Vivemos tempos sombrios. Tempos em que o fantasma da extrema-direita assombra o mundo. Nos Estados Unidos de Donald Trump, entre um e outro massacre promovido por supremacistas brancos, um homem no Texas é conduzido a pé por policiais a cavalo com seus punhos amarrados por uma corda: eles dois, homens brancos, o detido, um homem negro. Uma cena típica da primeira metade do século XX ressurge impiedosa em pleno século XXI. Ainda nos mesmos Estados Unidos da América, 680 funcionários de fábricas no Mississippi, sem antecedentes criminais, são presos por estarem em situação de imigração “ilegal”. Quase todos latinos, alguns com mais de uma década morando e trabalhando na “terra da liberdade”. Poucos dias antes, 20 pessoas foram assassinadas em El Paso, no Texas, por um homem branco de 21 anos, como forma de “defender” seu país de uma “invasão latina”.
No Brasil, Bolsonaro e seu governo, com o apoio da justiça, do parlamento, da imprensa, do grande capital e das forças armadas, dia após dia, devastam um pouco mais do Brasil. Enquanto os mercados celebram o fim da aposentadoria aprovado com grande margem e peso de ouro, o governo vai impondo seus antivalores “civilizatórios”. No mesmo dia em que completaram-se 13 anos da lei Maria da Penha, o superministro Sérgio Moro, meio que justificava a violência contra as mulheres porque os homens sentiriam-se “intimidados” pelas conquistas femininas. Já Ernesto Araújo, o ministro terraplanista das relações exteriores, explicava porque era contra o debate de gênero, pois estávamos diante de uma “demonização da sexualidade masculina” onde o simples fato de um homem olhar para uma mulher poderia “ser enxergado como estupro”. Damares Alves, a ministra da mulher, semanas antes, falava que o problema da exploração sexual infantil na ilha de Marajó, seria porque as meninas andavam sem calcinhas. Enquanto isso o presidente da República, Jair “Johnny Bravo” Bolsonaro, entre tantas e tantas barbaridades, recebia a família do torturador Carlos Brilhante Ustra, a quem declarou como “herói nacional” e tenta a todo custo emplacar o filho embaixador dos EUA para, segundo ele próprio, encontrar parceiros para “explorar a Amazônia de forma sustentável”, ou para bom entendedor, desmatar a floresta de forma implacável.
São tempos sombrios, sim. Mas não há como fugir deles. Deixar de falar sobre eles não amenizará nenhum sofrimento. Muito pelo contrário. É preciso enfrentá-los. E por isso, esses também são tempos de resistência, que por sua vez, precisa ser organizada, coletiva e militante. São tempos de divisões profundas entre os que defendem o direito a estudar, trabalhar e aposentar-se e entre os que querem que os pobres morram de tanto trabalhar ou que trabalhem até morrer. É tempo de tomar lado. É urgente tomar partido. E daí, nosso chamado a todas e todos a vir ao PSOL.
O PSOL nasceu da luta contra a reforma da previdência do governo Lula de 2003, manteve-se na oposição aos governos petistas, colocando-se ao lado das lutas de cada categoria durante todos esses anos e criticando incessantemente a política de conciliação de classes. Quando o golpe colocou suas mangas de fora, não hesitou em posicionar-se contra o Impeachment de Dilma Roussef. Estivemos todos nas manifestações para impedir a prisão de Lula, como parte do golpe continuado para destruir direitos sociais e as liberdades democráticas do país. Tivemos a ousadia de apresentar um dirigente sem-teto e uma liderança indígena, como co-candidatos à presidência da República, Guilherme Boulos e Sônia Guajajara, e para impedir a vitória da extrema direita, não pensamos duas vezes, em montar as banquinhas ao lado de centenas de ativistas e chamar voto em Haddad no segundo turno. Somos o único partido com paridade de gênero entre seus deputados federais e foram eles que apresentaram projeto de lei para ampliar a participação feminina no parlamento, garantindo 50% das vagas para mulheres, em um país com mais da metade da população feminina e somente 15% das cadeiras do Congresso Nacional ocupadas por deputadas. Nos colocamos contra a maldita reforma da previdência de Paulo Guedes, participamos das manifestações em defesa da educação, de todas as paradas da diversidade, das greves gerais e estaremos na linha de frente para impedir a aprovação do projeto antipovo, antipobre e antipreto de Sérgio Moro. Nas assembleias legislativas estaduais, mandatos coletivos, ativistas, feministas, deputadas trans, negras e negros, homens e mulheres de várias gerações assumem nossa bandeira. Somos o partido de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro, mulher, mãe, negra, lésbica, cria da Favela da Maré, assassinada há mais de 500 dias e não descansaremos enquanto não soubermos quem mandou matá-la.
O que foi feito no passado muito importa, tudo o que fazemos exatamente agora importa, todavia temos absoluta consciência que o tempo que vivemos nos exige e nos exigirá muito mais e que sozinhos não daremos conta das tantas batalhas ainda por vir. Precisamos de você para construir conosco a resistência, para derrotar Bolsonaro nas ruas, para manter acesa a defesa do socialismo. Vem com a gente. Filie-se ao PSOL.