Nesta primeira semana de agosto, a possibilidade de uma candidatura própria do PT em Pernambuco tornou-se a principal pauta política nacional no campo das esquerdas. Há tempos que o Partido dos Trabalhadores vem participando de frentes eleitorais e dos governos das oligarquias no Nordeste, como parte de sua capitulação histórica às classes dominantes brasileiras. Foi assim, quando apoiou e ingressou no Governo de Eduardo Campos e, nas eleições seguintes, com as oligarquias oposicionistas, na chapa de Armando Monteiro-PTB.
Na conjuntura pós-Golpe16, caberia ao PT nacional e à CUT rever os seus erros e apontar para um enfrentamento real nas ruas e nas urnas para derrotar o governo Temer e suas reformas que operam no Brasil a serviço do capital internacional. Infelizmente, mesmo diante da prisão de sua maior liderança de forma arbitrária e manipulada por um setor do judiciário e da polícia federal, o PT repete a velha fórmula de se aliar à burguesia, às oligarquias e até mesmo aos seus algozes golpistas, como Renan Calheiros em Alagoas e o PSB em Pernambuco, cujo papel na defesa do impeachment foi decisivo para a derrubada da Presidente Dilma. Uma vergonha!
O PSB e o Governo Paulo Câmara foram instrumentos do Golpe e a votação da Executiva e do Diretório Nacional do PT é um desrespeito completo às bases petistas de Pernambuco, ao movimento sindical e ao movimento popular que articularam a pré-campanha de Marília Arraes de forma legítima e democrática. Por isso, apesar de termos diferenças programáticas e apoiarmos candidatos distintos para Presidente e para o Governo de Pernambuco, somos solidários aos militantes do PT, que de forma honesta desejavam impor uma derrota eleitoral ao governo golpista de Paulo Câmara e à direita neoliberal apoiada pelo PSDB, DEM e PTV, agora glutinados em torno de Armando Monteiro-Mendonça Filho-Bruno Araújo que representam o atraso e os retrocessos.
Ante tal tática destrutiva adotada pela cúpula nacional do PT, nos dirigimos de forma fraterna e solidária aos militantes petistas e a vereadora Marília Arraes para propor uma resposta unificada à altura de um projeto verdadeiramente de esquerda e socialista que unifique a classe trabalhadora da cidade e do campo.
É hora de construir novas alternativas contra Paulo Câmara-PSB! Marília Arraes, a CUT, os sindicatos e o MST, podem e devem convocar um Fórum das Esquerdas e dos movimentos sociais para construir uma nova alternativa eleitoral em torno das candidaturas do PSOL, numa verdadeira Frente de Esquerda e de Luta sem as oligarquias do PSB, do PROS e do Avante, numa Frente Social e Política que possa aprovar um programa eleitoral e de mobilização social contra o Golpe e seus apoiadores em Pernambuco, junto com o PSOL, MTST, PCB e VAMOS!
Saudações Socialistas,
Recife, 03 de agosto de 2018.
Coordenação Regional da Resistência-PE
Corrente Interna do PSOL